Friday, December 30, 2005

Sílvia Alberto na RTP



Sílvia Alberto (re)-pescada pela RTP

Francisco Penim ainda sem se ter lançado ao ataque e marcado algum golo que coloque a SIC à frente da TVI já anda a fazer alguns auto-golos. A ida de Sílvia Alberto para a RTP é o último tiro no pé após casos como o do Herman José, o desesperado antecipar da nova novela da SIC e pelo facto de no Natal ter sido ultrapassado nas audiências pela RTP.

Sílvia Alberto era sem dúvida na SIC uma apresentadora de créditos firmados. Francisco Penim em algumas jogadas fez o suficiente para irritar alguém que já estava habituada ao star-system da casa. Rui Unas, Bruno Nogueira, Ricardo Pereira, Bárbara Guimarães e inesperadamente uma estreante Soraia Chaves foram apresentadas como as figuras chave da nova temporada. Ao não ter apresentado Sílvia Alberto nos grandes planos da SIC e logo após ter acabado com o Dona Lady certamente abalou bastante o estatuto da apresentadora na SIC.

A machadada final acontece quando convida a apresentadora para conduzir a partir das 7h em conjunto com Pedro Mourinho as manhãs da SIC. Ora para alguém que já apresentava regularmente programas em prime-time era uma valente despromoção.

Sílvia Alberto não é perfeita. É alguém ainda de aparência muito jovem e que só serve para determinado género de programas. Colocada a fazer as férias de Fátima Lopes no programa da manhã foi um relativo fiasco. Insegura, sem experiência de directo neste género de programa e sobretudo tendo demasiada jovialidade não transmitia a maturidade e seriedade necessária para tal programa. Mesmo um envelhecer forçado dado pela maquilhagem e vestuário mais recatado não evitou de a fazer parecer como um peixe fora de água. Para ela e apesar de ter aprendido bastante em algo que poderá fazer mais tarde, deve ter sido certamente uma experiência frustante e dolorosa.

Mas é um diamante que bem lapidado tem bastante potencial. Quem a viu a apresentar o Clube Disney (uma enorme escola de futuros talentos) já lhe podia ter notado bem o talento. A RTP sabe bem como ela encaixa bem no estilo de entretenimento da RTP e pescou-a no momento oportuno. Penim mais preocupado em trazer os trunfos com que estava mais habituado na TV Cabo esqueceu-se de proteger os valores da casa. Má jogada. Veremos então o que a insinuante Soraia Chaves que pouco mais fez que despir-se num filme sabe fazer para contrabalançar os estragos. A SIC ainda tem Ana Rita Claro como uma futura aposta para apresentação mas ela ainda precisa de experiência e sobretudo não aparenta ter o talento de Sílvia Alberto.

Penim tem um ego forte e batalhador. Gosta de aparecer, mostrar que quer as coisas a seu jeito e que não teme ninguém. O caso Herman José foi mal gerido por Penim. Mesmo que não se concorde com o deplorável humor de Herman José dos últimos tempos é sempre preciso tacto e bom senso quando se lida com alguém com aquele status-quo na estação. Penim esquece-se que apesar de ter feito um bom trabalho nos restantes canais por cabo ainda não deu provas sérias na "liga milionária". Contratou e bem Teresa Guilherme, arranjou sangue novo para a estação. Mas são tudo ainda incógnitas que não se sabe ainda se resultarão. Penim deve estar no momento delicado e não pode arriscar mais. Os primeiros três meses deste anos são fundamentais para dar provas porque para o realmente grande trunfo da SIC que é o Mundial de Futebol ainda falta muito tempo. Que se cuide. Não vá dar rezão aos boatos no jornais de que já se procura prematuro substituto.

Wednesday, December 28, 2005

Bom Ano Novo



Até 2006

O Piu Piu vai "emigrar" durante uns dias e só regressará aos posts no próximo ano. Desejo a todos passarinhos e passarões bons vôos para 2006!

P.S. Reeditei esta entrada porque como já devem ter reparado não resisti ao apelo de colocar mais um post antes do fim do ano. Ah enfim, mas também Soares disse que deixaria a política e não a deixou...

Apple em 2006



Que Apple para 2006?

Em seguimento das minhas reflexões sobre o papel da Apple na inovação em contéudos digitais recomendo este interessante artigo na CNN que aborda as possíveis estratégias Apple para 2006. Nele pode-se encontrar boas pistas para o que Apple nos reserva. "Ler Artigo"

Friday, December 23, 2005

Merry X-mas



Tuesday, December 20, 2005

iTunes e TV





iTunes e a Evolução nos Contéudos Digitais

Apesar do sucesso e moda que são os iPods não sou adeptos deles. São bonitos estéticamente sim, mas tecnicamente acho que há muito melhores produtos e soluções quanto à qualidade de som, funcionalidades e mesmo na duração da bateria. Os recentes problemas com os visores do Nano e propensão aos riscos confirmaram o que sempre tinha pensado, que a sua concepção é pouco adequada ao uso quotidiano. E o preço bem, já se sabe que é exagerado em relação ás suas funcionalidades. Paga-se a marca, paga-se o estilo.

Se não nutro simpatia pelo iPod quanto à loja virtual iTunes admiro-a bastante. E este post tem mesmo o objectivo de constatar a importância que o iTunes está a ter na evolução do comércio digital de contéudos multimédia. Se numa primeira fase o iTunes foi um sucesso como loja de música digital assiste-se agora a uma nova era. Agora que também o iPod visualiza vídeos (algo que já acontecia noutros leitores há muito) a Apple dá um passo de gigante ao ter já disponível conteúdos TV da NBC, ABC, Disney, Sci-Fi e muitos outras importantes cadeias TV. Isto permite a que qualquer um de nós possa por mais ou menos 2 dólares descarregar e ver no PC ou num iPod séries como Perdidos, Donas de Casa Desesperadas, Jay Leno e tantos outros programas poucas horas depois de terem sido emitidas no respectivo canal. Igualmente qualquer pessoa pode agora ver episódios que perdeu e mesmo poder criar um DVD com toda uma série antes de ser editado.

Penso que mais significativo de que poder ver estes contéudos em qualquer iPod e em qualquer lado, o mais importante é mesmo avaliar o facto destes estarem efectivamente disponíveis digitalmente para venda. E o que isto implica? Primeiro é de que as editoras ao distribuir digitalmente contéudos usualmente editados em DVD poderem diminuir no custos de fabrico, embalagem e distribuição de DVD's e conseguinte aumentando os lucros. Outra é a de tentar diminuir a pirataria ao disponibilizar legalmente e a custo reduzido episódios que são usual objecto de procura nos p2p mesmo logo após a sua emissão em tv. Ainda há o facto de poderem agora arriscar na edição de contéudos sem perder mais do que o custo da sua transferência para formato digital. Isto poderá levar a que séries menos populares que eram mantidas na gaveta por temerem que a edição física não compensasse virem finalmente a ser disponibilizadas.

Agora que os centros digitais de sala começam a surgir mesmo que a altos preços começa-se a dislumbrar com mais clareza o futuro dos contéudos digitais. Mas ainda há bastantes incertezas e dúvidas. Tudo ainda depende muito de várias jogadas como o da Microsoft que só agora se aventura com a MTV no lançamento de uma loja online chamado Urge. Também resta saber como uma consola de 3ª geração como a Xbox e o Windows XP Media se integrarão com o Urge. É bom que a Microsoft saiba criar uma sinergia tal como a Apple a criou entre o ITunes e o iPod. Mas a grande pergunta será saber se a Microsoft não chega demasiado tarde ao mercado tal como tarde se apercebeu da importância da Internet. Por agora a iTunes e mesmo com concorrência como o Napster é líder inconstestado. E qual será o próximo passo da Apple? Eu arrisco um. Um centro digital Apple para o nosso lar. Aceitam-se apostas...

Sunday, December 18, 2005

What's up Doc?



What's Up Doc?

Podemos perguntar o que haverá de novo no mundo televisivo nacional? Na verdade tudo na mesma. A TVI no Sábado transmitiu novamente "As Aventuras de Jackie Chan" e o "Um Cãozinho Chamado Eddie" (ver As Estratégias TVI). A SIC Radical transmitiu Spaced num formato distorcido e a SIC emitiu um filme do Senhor dos Anéis em formato Pan & Scan (ver HDTV@PT. Igualmente Pedro Ribeiro continuou com suas as entrevistas "futebolísticas" (ver Conversa Ribeirinhas). Mas não desesperemos. Não! Agora na época natalícia certamente vamos receber presentes novos. Ora vejamos então as ofertas de Natal dos quatro principais canais... Harry Potter, Senhor dos Anéis, Sequim de Ouro, circos e até mesmo um Herman Circo, Natal dos Hospitais.... Hum, mas isto é quase tudo decalcado dos anos anteriores! Bem, então não se passa nada de novo mesmo...

Friday, December 16, 2005

Manuela Moura Guedes





Bye Bye Big Mouth!

A TVI agora com a Prisa como patrão, decidiu finalmente que era altura de credibilizar a informação do canal. Por isso decidiu cortar de vez com os polémicos e parciais comentários da jornalista Manuela Moura Guedes no Jornal da Noite. Hoje (cf. com a data do post) é o último dia em que o apresentará regressando aos bastidores da redacção como subdirectora. O jornalismo só vai ganhar em ética com esta posição. Quem diz que de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos?

Consultar a notícia do DN

Wednesday, December 14, 2005

As Estratégias TVI





A estratégia repetitiva da TVI

A TVI consegue manter-se no topo das audiências porque conseguiu construir uma fórmula que prende ao ecrã uma "fatia" de espectadores que conhece bem. O que é preocupante é como esses mesmos espectadores são muito pouco exigentes deixando-se lubridiar com certas tácticas do canal. Fundamento isto ao reparar na estratégia abusadora da estação que passa pela prática de repetir, esticar e rendibilizar tudo ao máximo.

Ora, pelo menos quatro "fórmulas mágicas de repetição" são usadas pela TVI:

1º Esticar a duração dos produtos internos como séries e novelas o mais possível. Isto acontece com séries que parecem eternas. Anjo Selvagem colocou a trinca-espinhas Paula Neves no ecrã o tempo suficiente para a duração da telenovela ter tido direito a piadas. Tenho conhecimento certo que pelo menos durou 268 episódios e fala-se que chegou aos 400 episódios. E até Queridas Feras durou 238 episódios quando normalmente o tempo médio de uma telenovela são 150 episódios. E o já famoso fim de "Ninguém Como Tu" anda a ser vergonhosamente adiado andando a TVI a mugir a vaca até à sua morte. E até a indústria de telenovelas brasileira se admira com o caso.

2º Transmitir o mesmo, mudando o rótulo. O caso mais flagrante é mesmo o Big Brother. Além do modelo da versão original já apresentou o Big Brother Famosos e a Quinta das Celebridades. E a Primeira Companhia não é mais que uma variante. O mais fascinante nisto é que além da reciclagem do modelo de programa em si, a TVI aproveita e aposta igualmente nos mesmos nomes de edições anteriores (Marcos Frota, Castelo-Branco, Nuno Homem de Sá, Romana, Telmo, Zé Maria...).

E ainda há o caso especial "Morangos com Açucar" que resulta numa combinação destas 2 primeiras fórmulas porque não encaixa exclusivamente só numa delas.

3º Repetir o mesmo durante a mesma semana noutros horários. Isto sabe-se é demasiado usado até noutras estações. Partes finais de telenovelas do dia anterior retransmitidos igualmente no dia seguinte é prática corrente. Igualmente retransmissão de vários programas dados durante a semana no fim-de-semana é outra variante.

4º Repetir indefinidamente as mesmas séries e filmes.
O Pacote de filmes TVI é muito limitado e as maratonas de filmes das tardes de fim de semana acabam sempre por ser os mesmos. Alguns meses depois da última transmissão lá é novamente exibido o mesmo filme. Até os filmes "blockbuster" (como a Múmia são rentabilizados ao máximo e sempre anunciados como quase fosse a primeira vez que são exibidos. Quanto a séries os mais novos são muito prejudicados. Quem espiar ocasionamente os sábados e domingos da manhã repara que séries como Jackie Chan teima em não desaparecer. E então o pobre cãozinho Eddie (Um Cão chamado Eddie) nunca conseguirá alcançar as suas boas acções na totalidade porque regressa mais tarde ou mais cedo a ter de fazer as mesmas boas acções, sem nunca ter chance de se tornar humano.

Se conscientemente e teoricamente podemos pensar que tais excessos não são benéficos para qualquer estação a verdade é que o espectador lusitano parece ter preguiça de usar o controlo remoto. Ou será que usa mas não gosta do que vê nos outros canais?
Assim nunca haverá variedade na programação da TVI. Mês após mês tudo parece demasiadamente igual. A concorrência até varia as suas emissões, e fazem-no muitas vezes por desespero e à espera de afundarem o porta-aviões ao calhas, procurando uma nova fórmula televisiva que desperte o público da TVI de tal letargia.

Remakes





Remakes

Corre o rumor que o campeão de Wrestling da WWE John Cena irá protagonizar um remake de "Predador" originalmente interpretado por Arnold Schwarzenegger em 1987. Apesar de este rumor ter sido já desmentido este boato continua a ser bastante comentado devido à sua particularidade. É que num remake de um filme tão "recente" como este, é natural que muita gente pense nisto como desmedida ganância por parte da FOX, a detentora dos direitos. Se noutros casos os remakes ocorrem normalmente em filmes dos anos 50, 60 e 70 e pode ser "legítimo" que se refresque filmes esquecidos já com um filme dos fins dos anos 80 torce-se o nariz. Mas a verdade é que a FOX sempre rentabilizou ao máximo o lucro dos seus produtos. Por ex. com a Saga "Aliens" foram feitas demasiados sequelas (e até um crossover - Aliens vs Predator) do filme, comics, merchandising e até re-reedicões de caixas de DVD. Demasiada coisa, ofendendo mesmo os fãs mais leais. Sendo assim e tratando-se da FOX há rumores que podem bem ser verdade.

Mas este rumor faz-nos ter consciência sobre a mediocridade creativa do actual no cinema americano. As indústrias do cinema parecem ter chegado a um ponto que deixaram quase de apostar em argumentos novos preferindo dedicarem-se a dar um look mais actual a sucessos de bilheteira passados. Estes tipo de remakes são claramente destinados a salas multiplex e público jovem. Ora se agrada certamente aos mais novos verem estes filmes com um visual mais actual, estes remakes afastam os mais velhos das salas cientes que ao verem estes novos remakes só vão preferir ainda mais o original. Se anos atrás até podiam ter curiosidade em ver como ficavam estes remakes, agora e após tanta abundância de remakes mediocres tais espectadores já tem desdém perante estes filmes.

No entanto até mesmo realizadores consagrados tem a sua quota de culpa nestas remake-manias. Tim Burton refez "O Planeta dos Macacos" e mesmo "A Fábrica de Chocolate" já tinha tido anteriormente adaptação. Polanski realizou mais um "Oliver Twist". Jackson um "King Kong". Por isso até há bons remakes naturamente. Mas 90% deles são uma ofensa ao original.
Fico muito triste quanto mexem em filmes intocáveis como "Solaris" de Tarkovski, "Psycho" do Hitchcock, "A Pantera cor de Rosa" de Blake Edwards, "O Massacre do Texas" de Tobe Hooper e também em já clássicos de Carpenter como "Assalto à 13ª Esquadra" e "O Nevoeiro". Mas nos próximos tempos vou ficar mais triste ainda. Filmes culto como "The Cabinet of Dr. Caligari" ou "Tron" tem remake á vista. E filmes memoráveis como "Piranha", "Flash Gordon" e até mesmo "Robocop" igualmente estão nos planos dos grandes estúdios.

Por vezes penso que a indústria americana está deliberadamente a tentar revitalizar as salas com gente nova e filmes pipoca promovendo a rápida rotatividade dos filmes nas salas. Por outro lado tenta colocar os mais velhos e nostálgicos cinéfilos no conforto do seu lar disfrutando de ediçoes especiais (e mais caras) de DVD's. Com esta política só pode ser mesmo esta a intenção e uma forma que encontrou para o lucro fácil para dois mercados distintos mas complementares.

Monday, December 12, 2005

Tino - Por Primera Vez





Capas Kitsch

Não é preciso grandes comentários. A Capa diz tudo. É certamente uma das capas mais kitsch de sempre. Podem ver mais exemplos aqui

HDTV @ PT





Alta Indefinição

A motivação para ter uma TV de ecrã largo em nossas casas é cada vez maior. A oferta de ecrãs 16:9 sejam LCD, Plasma e de Retroprojecção abundam nas lojas e cada vez com preços mais convidativos. A Fnac até já dá enfâse ao modelos que são HD Ready ou seja compatíveis com alta definição via HDTV preparando o consumidor para o vindouro formato televisivo. As novas consolas como a Xbox360, a PSP portátil e a futura PS3 já funcionam nativamente como jogos panorâmicos. E até já se vê mais portáteis PC e Mac widescreen do que 4:3. Enfim, tudo aponta que a nova forma de ver os contéudos sejam em que plataforma for é numa visão panorâmica.

A TV de Alta Definição teve bastantes lutas de formatos e fracassos no seu início. A Europa e sobretudo alguns paises nórdicos foram pioneiros a apostar em contéudos em formato HD-MAC muitos anos atrás mas por razões técnicas nunca foi popular entre os operadores televisivos. O Japão teve o seu formato MUSE. Agora o HDTV parece ser a norma a seguir e o Japão e a Europa convertem-se a ele. Na América do Norte operadores como a ABC,NBC, Fox e outras emissoras já tem emissões e contéudos HDTV e populares séries como Lost e Alias são produzidas em alta definição. E até programas mais do dia-a-dia como o talk-show de Jay Leno também já o é.


Jay Leno em HDTV é uma realidade de há muito

No entanto cá só podemos ficar preocupados de como se prepara a transição para o 16:9. A forma como as estações nacionais tratam os contéudos widescreen já disponiveis é censurável. Quando se vê constantemente estações como a SIC e a TVI a exibirem filmes deslumbrantes (como por ex o Senhor do Aneis) em formato Pan & Scan (palavra técnica e elegante para "filmes mutilados") só podemos ficar desapontados. A RTP ocasionamente ainda respeita o formato original de alguns bons filmes e contribuí normalmente para o projecto financiado pela comunidade europeia Pal Plus (que é uma espécie de meia alta definição e é já um projecto falhado) onde aliás tambem a TVI já exibiu alguma (mas pouca) coisa neste formato. Igualmente a estação de serviço público estatal esforça-se em apresentar contéudos nacionais em 16:9 o que é de aplaudir (concertos como o de Madredeus no CCB, telenovelas juvenis como O Diário de Sofia e alguns documentários são bons exemplos). No entanto a falta de interesse e de respeito pelo 16:9 alarga-se aos canais mais modestos. A equipa técnica da Sic Radical demorou a apercebe-se que andava a exibir séries Anime e comédias BBC no formato errado distorcendo proporcionalmente a visão de tais contéudos.

Se já agora há desleixo a transmitir o que há e pouco interesse em criar apetite ao espectador para o ecrã largo o que dizer quanto ao surgimento de canais realmente de Alta Definição? Por enquanto nada ou muito pouco no horizonte. Desde 1998 que se começou nos jornais nacionais a falar sobre a milagrosa Televisão Digital Terrestre que iria mudar as nossas TV's, no entanto a crise económica levou a um desinteresse que provocou adiamentos e incertezas. De avanços efectivos quase nada porque parece que ficou tudo em águas de bacalhau. 2002 era a data de inicío das emissões nacionais. Onde andam elas então? Não andam. A Anacom em 2003 até revogou a licença à única interessada que deu o passo de obter a licença que foi o consórcio PTDP (que integrava a RTP e SIC).

Se por via terrestre (antenas convencionais) não há TV de alta definção, pelo menos por cabo e só somente para os clientes Cabovisão está acessível o canal europeu HD-1 que emite 24 horas por dia. Isto pagando 300 euros (?!?!) por uma setup box e mais 5 por mês. Mas tendo muita gente pago bastante pelo seu televisor topo de gama, bem que pode ser mais uma forma de rentabilizar o investimento. Também se pode aceder por satélite a emissões pagas da HD-1. A inglesa Sky prepara-se igualmente para em 2006 lançar as suas emissões HDTV com uma larga oferta.

Desta forma, no nosso triste Portugal os televisores 16:9 servem tão só e somente para ver filmes DVD e jogar jogos panorâmicos para quem já pagou bem para ter consolas de ultima geração. A Televisão Digital Terreste é no momento uma miragem. E as emissões nacionais PalPlus são escassas. E mesmo o que podia ser emitido em baixa resolução mas com ecrã panoramico como por ex. os filmes não o são. E assim é ver os lojistas a terem de se escudar em demonstrações de filmes/DVD Demos para venderem os televisores panorâmicos. Outros vendedores realmente inconscientes exibem as regulares emissoes 4:3 num forçado 16:9, ainda por mais com televisores de cores mal reguladas e sinal de antena medíocre.

Em 1998 o DN publicava o título. "Revolução Digital chega a Portugal. Em 2001 os portugueses vão ter de comprar novos aparelhos de TV. O Governo vai avançar rumo a uma nova era televisiva." Agora passados quase 8 anos resta-nos rir desalmadamente com esta notícia.

Friday, December 09, 2005

Martataka





Martataka

Martataka foi daqueles programas em que me pergunto porque não teve melhor sorte. Destinado a animar as manhãs infantis do Canal 1 este programa parecia a meu ver ter tudo de positivo. De facto, agradava-me quase tudo na produção deste. Desde o inspirado e original nome Marta(e)+ataka (com natural homenagem a Tim Burton), passando pelo genérico, cenários e pelo marciano animado tudo parecia perfeito. Até pormenores como a equipa de filmagem irem trajados de astronautas eram um must. Além de servir de interligação entre os "enlatados" televisivos infantis Martataka igualmente tinha imaginativas "batalhas" entre a assistência. De um lado os terráqueos, noutro os marcianos (a que não faltavam as respectivas antenas), os jogos tinham como objectivo invadir e/ou defender os seus respectivos planetas de variadas formas. A coerência temática era aplicada na perfeição. A apresentadora (suponho que se chamasse Marta evidentemente), ao contrário de muito outros programas do género em que são escolhidas por serem uma "cara laroca" deve-o ter sido porque tinha uma naturalidade em cena bastante boa.



Há muito que desapareceu esta boa pérola do bom gosto televisivo e penso que não durou muito como outros programas do género. Foi pena não ter evoluído e ter incluído também momentos musicais e de entretainment, ter-se fortalecido e ter-se tornado uma refêrencia como foram o Buéréré ou o Batatoon. De qualquer maneira é bom que tenha ao menos dado um ar da sua graça.

Classificação

Thursday, December 08, 2005

Grandes Momentos da TV #1



Grandes Momentos da TV #1


Avelino Torres no seu melhor

Conversas Ribeirinhas



Pedro Ribeiro teve um orgasmo

A SIC Radical, num novo esforço de tornar mais acéfala e barata a sua programação preferiu tirar o sem dúvida excelente e inteligente The Daily Show with Jon Stewart para colocar o radialista Pedro Ribeiro na qualidade de entrevistador. O resultado depois de mais um mês de programas é que finalmente Pedro Ribeiro teve um orgasmo após uma entrevista com a jornalista Maria Pinhão que é benfiquista dos sete costados. Isto no sentido figurativo claro. De facto esta entrevista foi a única vez em que Ribeiro nadou como um peixe, com extremo prazer exacerbado no que fazia e com clara competência e conhecimento. Foi um desfilar furioso e arrebatador de perguntas irónicas e de chalaças quase privadas como só podia haver entre dois fanáticos benfiquistas.

Pedro Ribeiro só sabe falar muito bem de três coisas. U2, futebol e mais que tudo futebol do Benfica. É que Ribeiro é alguém de um discurso muito limitado como sempre o tinha demonstrado na apresentação do Curto-Circuito. Para homem da rádio, musicalmente então o seu conhecimento é quase embaraçante não escapando dos grupos mainstream sejam nacionais ou internacionais. Após ter estado na Comercial, depois na Best-Rock e finalmente ter aterrado na Rádio Clube Português (ex-Nostalgia) este afunilamento é bem condizente com a sua cultura musical. Sempre foi desconcertante ver quando no C.C. se falava de algo fora da lógica mainstream (fosse música, filmes ou simples quotodiano) mostrava quase sempre ignorância. Perante tal fazia "caretas" como se a simples existência de "tal coisa" fosse per si algo contra-natura. E o problema é que no seu limitado mundo quase tudo mais "jovem", "alternativo" e "radical" é uma aberração para este apresentador. Algo claramente estranho em alguém que apresentava um programa "jovem" como o Curto-Circuito.

Mas mesmo quando na presença de entrevistados relacionados com o futebol, Pedro Ribeiro é infeliz. Por ex. com Hugo Viana foi um desfilar de piadas anti-Sporting. Com Luís Miguel Pereira, que fez a biografia de Boloni, Simão Sabrosa e Jardel, foi quase sempre constante a procura de perguntas embaraçosas sobre a decadência do ex-goleador do Sporting a vir ao de cima. Como resposta, o jornalista Miguel Pereira mostrou-lhe o que significa ética jornalística. O problema nisto é que o que até podia ter uma abordagem interessante em certas perguntas não o é, porque é feita sob uma perspectiva nada profissional e em que somente se procura humilhar um clube que não é o seu. E não fico ofendido porque tenho costela de lagarto pois a minha opinião manter-se-ia mesmo que tivesse sido um ataque anti-dragão ou anti-lampião.

E seja com que entrevistado for, mesmo remotamente pertencendo ao seu amado mundo futebolístico Ribeiro tem sempre de fazer menções, piadas e perguntas à força sobre futebol. Por exemplo mencionou despropositadamente Karagounis numa entrevista com Sónia Tavares dos Gift ou engonhou numa conversa sobre futebol com David Fonseca mesmo após este ter dito que detestava futebol. Até na presença de Miguel Angelo dos Delfins uma simples referência deste que tinha cantado na canção do Centenário leonino foi corda para mais conversa futebolística e onde pode não se escusou a dar largas ao seu escárnio anti-sportinguista.

Há entrevistadores que põem bastante da sua personalidade na condução de uma entrevista. Pedro Ribeiro faz isso em demasia tornando a entrevista enjoativa e por vezes de mau gosto. Pedro Ribeiro até é carismático devido às suas piadas ribeirinhas que o tornaram famoso. Tem uma naturalidade à frente das câmaras notável mas é tudo quando a virtudes profissionais nele. Falta-lhe principalmente cultura para ser entrevistador. Não basta pesquisar na Internet sobre o entrevistado ou ter alguém que lhe faça pesquisa. Porque não é só nas suas conversas limitadas e na sua tamanha imparcialidade que ele falha. Falta-lhe igualmente técnica de entrevista. As suas entrevistas são geralmente feitas de recuos e avanços nas temáticas onde diz ao entrevistado para não esquecer do que ia dizer para entretanto perguntar outra coisa e mais tarde tentar retomar. Também já são usuais o "estamos a terminar esta entrevista mas não resisto de antes perguntar somente" e depois perguntar uma, duas, três ou mais coisas até que o tempo previsto da entrevista se esgote. Entrevistar é algo que Pedro Ribeiro disse sempre sonhar fazer. Por favor desista do sonho. É que são um pesadelo as suas entrevistas de vinte minutos que são tão medíocres como aqueles breves flash-interviews após um fim de jogo só se lembram de perguntar ao jogador que venceu "então está feliz?".

Pedro Ribeiro passou uma temporada a promover os nomes da casa. Pinto Balsemão (presidente da SiC), Marco Horácio (humorista da SIC), Teresa Tavares (ex-apresentadora do CC/ futura actriz num projecto SIC Radical), João Garcia (alpinista patrocinado pela SIC), Rodrigo Guedes de Carvalho (Jornalista SIC), David Fonseca (músico promovido pela SIC), Zé Pedro (membro dos Xutos, banda nuclear do Rock in Rio, apoiada pela SIC), Cláudia Semedo (apresentadora da SIC), Fernando Rocha etc etc. Agora despachado um primeiro pacote de nomes da casa, Pedro Ribeiro parece mais liberto para escolher entrevistados ao seu gosto e ameaça segundo ele iniciar um ciclo onde promete falar sobre fanatismos do futebol. Oh mais orgasmos se seguem então...

Classificação

Saturday, December 03, 2005

Gato Fedorento na RTP



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Gato Fedorento na RTP

Os Gatos Fedorentos após uma recambolesca novela lá assinaram pela RTP como muitos devem já saber. É o fim deste episódio que só quem não está com atenção à actualidade e às políticas praticadas nos nossos canais nacionais não adivinhava. Na TVI não os via certamente. A TVI está um tanto queimada das várias experiências humorísticas "mais jovens" falhadas e na verdade o público-alvo da TVI pouco se adequa ao género mais intelectual praticado pelos Gatos Fedorentos. A meu ver restavam a SIC e a RTP. Quanto á SIC era evidente que após Francisco Penim ter apostado em Bruno Nogueira e Rui Unas já seria muito humor para a mesma carruagem. A RTP decerto acenou com o dinheiro estatal e ofereceu uma política criativa mais livre (e que não costuma ser normalmente dada na SIC e na TVI) eram motivos mais que suficientes para fazer ronronar os Gatos. Eles foram inteligentes em todo este processo. Muito silêncio sobre o assunto. Nenhuma mensagem no seu blog sobre o assunto da saída nem sobre o seu futuro. Agora vamos a ver se as latas de Whiskas não vão fazer deslumbrar estes Gatos. Não perderá o seu humor com uma produção mais rebuscada? Não destoará da interpretação algo amadora que os caracteriza? Esperemos por 2006 e veremos se estes Gatos se portam com uma coleira nem que apertada ao de leve...

Aeon Flux - Integral em DVD





Aeon Flux - Integral em DVD

Aeon Flux é um OVNI na animação televisiva. Criada a pedido da MTV a Peter Cheung (que mais recentemente realizou um dos episódios de Animatrix) Aeon Flux é um objecto avantgarde (até mesmo para a MTV), bizarro, quase conceptual e criou um pequeno mas fiel culto por parte dos fãs. Esta série animada é a enésima adaptação para filme de BD's, desenhos animados ou video-jogos pelos estúdios de Hollywood sempre à procura de sacar dinheiro fácil nas gerações mais jovens.

Os fãs (eu incluído) naturalmente não esperam ou esperavam muito do filme. Sem intervenção directa do criador original logo se formou imediatamente um certo cepticismo. E não se pode dizer que quando foi anunciada a loira sul-africana Charlize Theron para o papel de Aeon os fãs se tenham animado. Haveria melhores escolhas para uma personagem muito peculiar em termos estéticos (Famke Janssen foi muitas vezes citada como sendo das melhores alternativas). E os receios agravaram-se quando no seu estatuto de estrela Theron se recusou de imediato vestir algo como o apreciado e fetichista fato original caracterizado por um ousado G-String. Depois de adiantamentos na estreia devido a atrasos e percalços nas filmagens como a lesão no pescoço por parte de Theron, finalmente surgiu o filme em inícios de Dezembro. E os 5.5 em 10 no IMDB é um claro indício de como o filme está a ser recebido dando razão ao anterior descontentamento.

Mas há males que vem por bem. Curiosamente esta rentabilização hollywoodesca veio provocar a reedição da série para o mercado doméstico. Originalmente editada em 3 cassetes VHS e tendo só um desses volumes conhecido edição em DVD finalmente é re-editada integralmente toda a série com direito a restauro, muitos extras e supervisão pessoal de Peter Cheung. Assim acaba de vez a especulação na venda do DVD original (esgotadíssimo) a preços exorbitantes no Ebay, as cópias ilegais em DVD transferidas das restantes 2 cassetes em VHS e o desespero dos quantos não conseguiam arranjar tais cobiçados registos (eu ainda adquiri 2 das cassetes oficiais em cassete VHS mas nunca o DVD oficial)

Analisando os conteúdos para satisfação de todos está lá tudo. Episódios remasterizados, o episódio piloto, as chamadas curtas da série, comentários, documentários, galerias, e outros abençoados extras. E até tem legendas em inglês para que qualquer estrangeiro possa possa perceber mais facilmente a complexidade e estranheza dos dialógos. É decerto um prazer natálicio para o mercado americano já que por ex. os ingleses vão ter de esperar mais um bocado pela série. E em Portugal pelo que sei nenhuma edição está anunciada. Mas quem quiser tem mais com que se entreter. A editora de comics Dark Horse editou uma mini-série de 4 comics alusiva ao filme. Igualmente reeditada foi a "graphic novel" The Herodotus File. Esqueça-se o filme (sem data de estreia por cá) e fique-se com o restante merchandising. Ah e não se esqueçam que a banda sonora é fruto do conceituado ex-SPK Graeme Revell. Se o filme decerto não faz juz á série televisiva ao menos que a OST do filme dignifique a pérola que é a OST televisiva de Drew Neumann.

Wednesday, September 21, 2005

Black Books na Sic Radical





Black Books em reposição

Numa reentrée um bocado desapontante da SIC Radical, foram repostas algumas boas séries de humor britânico. Uma delas é Black Books da Channel4. Esta já tinha sido apresentada e re-exibida na Sic Radical, mas é sempre bom ter mais uma vez oportunidade para a poder rever. Não sei é garantir se vão ser exibidos a totalidade dos episódios das 3 épocas.

Black Books é uma série que vive à base dos 3 personagens principais. Bernard, um irlandês eremita quase sempre bêbado e fumador, refugia-se na sua livraria, afastando o mais que pode os clientes. Fran, uma mulher com sérios problemas amorosos (ou a falta deles) tem uma loja ao lado da de Bernard, sendo quase a sua única amiga. Manny, um desajeitado errante, vindo sabe-se lá donde, ganha o emprego de assistente da livraria por acidente e vai tornar a vida da loja daí para a frente muito peculiar.

Apesar do minimalismo do elenco, a excentricidade das personagens leva a situações surreais. Sem levantar muito o véu, envenenar por acidente o Papa é por ex. das coisas mais bizarras que acontece na série. Eu apreciei bastante a química que se cria entre Manny e Bernard durante a série, qual deles o mais imbecil. Os dialógos e piadas são muita vezes cínicas, pessimistas, mordazes e basta simplesmente ver as expressões faciais de Manny para fazer soltar umas risadas.

É uma pena que esta série tenha passado despercebida no mundo da comédia. É como se fosse um precioso e escondido livro numa grande estante. Vejam-na pois sabe-se lá quando poderão ter agora nova chance. A série foi reposta esta semana e pode ser vista Terças ás 20.30 e Sábados ás 12.30 (entre outros horários). Também podem encontar editados no mercado britânico a série completa em DVD.

Revejam também o Spaced e o Two Pints of Lager and a Packet of Crisps na SIC Radical.

Classificação

Tó Maria Vinhas - O Passarinho




Amigos do Piu Piu

(1981 - Rádio Triunfo [RT 51-6])

Este blog sabe-se lá porquê, sente uma afinidade com este disco ;)
Por onde andas tu Tó?

TVI & La Féria



Rescaldo Televisivo do Fim-de-Semana

Num fim de semana em que os três principais canais se andaram a deglariaram pelo primetime com novas ofertas (Música no Ar, 1ª Companhia, Esquadrão G) nem todos podiam ganhar. Podemos apontar dois vencedores e um deles até nem é sequer uma estação televisiva. O canal vencedor é como se sabe a TVI que ao reciclar (mais uma vez) o Big Brother e voltar a contratar a dupla Frota/Conde só podia voltar ao sucesso. O outro vencedor que esfrega as mãos de contente, é com certeza Felipe La Féria. O encenador não podia ter tido melhor propaganda do que teve graças à RTP e à SIC. Sexta, a RTP dedicou-lhe na prática quase todo dia. Tendo como ponto alto a transmissão do seu musical Amália à noite, no resto do dia foram transmitidos "aperitivos" como pequenos documentários sobre Amália e directos sobre os bastidores da sua nova produção teatral O Pátio das Cantigas. Já no Sábado a revista Caras realizou a sua luxuosa e mega-social festa de 10º Aniversãrio em conjunto com a estreia da dita revista, deu-lhe exposição no primetime da SIC. Domingo, a RTP retransmitiu o clássico filme "O Pátio das Cantigas" (re-)aguçando mais o apetite pelo remake musical de La Féria. Moral da estória, quem venceu foi a tradição de apostar em modelos conservadores e garantidos. A TVI mais uma vez no modelo Big Brother que apesar de esgotado, é recauchutado, vivendo da popularidade dos intervenientes. La Féria por continuar a apostar nos saudosos musicais de revista e em icones nacionais. Ele podia ter vida difícil com esta crise, mas no entanto já imagino os bilhetes esgotados durante meses e as famílias que vão ver vezes sem conta o musical. Melhor só se contratasse Alexandre Frota para o seu elenco, que apesar de vir para ganhar cachets chorudos, fazer troça de Portugal, arrasta ainda mais multidões do que as peças nacionais de La Féria.

Wednesday, September 14, 2005

Old Bond Jeans - Motocross Club



Old Bond Jeans - Motocross Club (7")

Trago desta vez um single promocional não naquele plástico fino e fléxivel como os que eram distribuídos pelas Selecçoes do Reader's Digest mas este verdadeiramente em vinil. A disco promovia as marcas Old Bond Jeans e a Motocross Club. Penso que eram ambas do mesmo fabricante e certamente já não existem ou foram reconvertidas noutras marcas. Fiquei encantado quando descobri este single e vi quem eram os autores das duas músicas. Não eram nada mais que autoria de Rámon Galarza (celebrizado pelos Idolos) e Shegundo Galarza (pai de Rámon, falecido em 2003) e que orquestrava também as duas músicas.

Ora, diverti-me imenso já que me recordava vagamente das música da Old Bond e dois spots televisivos em si. A capa aliás, apresenta fotogramas dos respectivos anúncios.

O Lado A - Old Bond Jeans chama-se Disco Sound e é curioso porque apesar da palavra Disco os instrumentos e a melodia em si vão buscar mais inspiração aos anos 60 pontuando o psicadelismo e solos de guitarra. Há o uso de um Vocoder num sumido "Old Bond". Esta música animada tem como autor é Rámon Galarza com arranjos do pai.

Extracto da letra "Liberdade de viver. Alegria de sentir. A certeza de ter. A vontade de vestir. Jeans, Jeans, Jeans, Old Bond Jeans"

O outro lado, dedicado ao Motocross Club é mais calmo, mais clássico, tornado a letra (que é cantada por uma voz feminina) mais saliente. O tema é muito repetitivo. Autoria de Shegundo Galarza.

Extracto da letra "Camisas, camisetes. Camisas e Camisetes Motocross Club. Motocross Club. Viver o dia a dia com simplicidade e alegria. Camisas, camisetes. Camisas e Camisetes Motocross Club. A forma de bem vestir..." Motorcross Club é cantada por uma voz masculina igualmente suave.

Nos tempos que correm estas letras são um delírio kitsch! :D

O Single não tem menção à editora nem a indicação do ano. Somente apresenta a autoria e a label SG 501.

Sobre os autores:
Segundo (ou Shegundo como ficou conhecido) Galarza era basco e foi solista, maestro, compositor, fez arranjos, esteve ligado à RTP e compôs bandas sonoras e jingles publicitários. Trabalhou com Max, Tony de Matos, Lara Li, José Cid, Paulo de Carvalho, Tozé Brito, Marco Paulo, Carlos Paião e com mais meio mundo artístico nacional. Fica também marcado pela sua contribuição em canções do Eurofestival. De realçar a curiosa ligação entre o maestro e o João Manuel Vieira (Ena Pá 2000) no trabalho "Corações de Atum".

O seu filho Rámon Galarza, também fez da música a sua profissão e ficou celébre como Júri nos Ídolos da SIC. No entanto tem um largo historial musical. Baterista nos anos 70, participou no conceptual disco de José Cid "10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte", tendo sido baterista nas Doce, de José Afonso e Rui Veloso. Hoje em dia é produtor e tem o seu estúdio TchaTchaTcha.

Nota Ainda continuo a ver a melhor forma de colocar samples online. Visitem este post mais tarde.