Cheerleaders Trifene 200
Trifene 200 para dores de "tomate"
De Trifene 200 sempre tive uma imagem negativa. E não a tenho por não ser uma mulher ao qual o produto sempre se quis dirigir apesar de ser um analgésico unisexo convencional. Não há nada de errado com o posicionamento de marketing do produto, bem pelo contrário. Num mercado em há 2 ou 3 analgésicos que dominam e são top reminders à frente de Trifene, um posicionamento estratégico como analgésico feminino aproveitando algumas características do produto (combate de dores menstruais) é muito bem pensado. Mas durante anos e anos neste analgésico notei vários erros comunicacionais por parte de quem gere a imagem do produto.
A farmacêutica Medinfar sempre teve um budget de comunicação elevado, única forma para combater a concorrência. O problema é que sempre lhes faltou algum bom senso para o gerir. Lembro-me de já ter visto em tempos idos anúncios televisivos e spots de rádio desta marca de um gosto duvidoso. Pirosos, fossem para quem fosse. Às vezes pensava se havia mesmo alguma agência de publicidade por trás ou se era tudo concebido pela empresa.
Procurar o endorsamento de uma figura pública feminina com que o público se identifique é excelente ideia para este produto. Que pratique desporto ainda melhor já que se entende a intenção de mostrar Trifene como um produto que leve a uma vivência normal, mesmo em situações mais exigentes como práticas desportivas. Elizabete Jacinto é há anos a aposta da Trifene. Mas penso que haveria melhores opções. Jacinto pratica um desporto viril é certo. Mas seguem as mulheres com atenção Rallies de Todo-o-Terreno? E o Lisboa-Dacar? Muito poucas, as fãs de Jacinto só talvez. Ora decerto que haveria mulheres no mundo do desporto que praticassem uma modalidade com que as mulheres tivessem uma maior paixão.
Agora vem-se a saber que Trifene 200 patrocina a equipa de cheerleaders do S.C.Benfica. Como? Um produto que sempre posicionou como um produto feminino passa agora a patrocinar uma das coisas mais machistas que há no desporto? É que são uma dúzia de raparigas atléticas que tentam excitar com acrobacias nos tempos mortos do jogo um estádio repleto de homens (e os telespectadores da SporTV, outro antro masculino). Ao que parece afinal a Trifene mudou inesperadamente a estratégia comunicacional.
Fui tentar perceber esta "troca-baldroca" e segundo Edite Santos, gestora do produto Trifene 200 "... o nosso apoio é transversal: vamos de Lisboa a Dakar com passagem por Benfica sempre a pensar no bem-estar e na melhoria dos cuidados de saúde dos portugueses, sejam eles adeptos do futebol ou de desportos mais radicais. A viragem para o mundo do futebol representa para a comunicação Trifene 200 uma mensagem que queremos sublinhar que é o facto deste fármaco responder de forma segura e eficaz às necessidades de ambos os sexos". Ah bom! Dantes tão preocupados com as mais "angélicas" das mulheres (não me sai da cabeça aquela vioncelista do anúncio deles) e agora subitamente viram-se para os "machos" que gostam de beber cerveja e cuspiriam com todo o prazer no árbitro. Está bem, e que tal terem feito uma transição de "target" de uma forma menos "radical" e mais suave? É que milhares de portugueses "machos" Trifene 200 sempre foi motivo de risada.
A Pubicidade de Trifene 200 dantes dizia "Porque há coisas que só as mulheres entendem: TRIFENE 200.". E eu digo que há coisas que só a própria Trifene 200 entende.