O Último Pio
O Último Pio
Torna-se até poético que a despedida seja feito hoje dia de Eurovisão, dia de convulsões e novas mutações no dito Festival. Sinal dos tempos, o interessante e multi-facetado músico francês Sebastian Tellier, antes mais dado a "ambientalismos" agora mais electro-rocker participa pelo seu país, desafiando os chauvinistas costumes gauleses ao cantar em inglês.
E se já tinhamos assistido a mudanças extremas como o facto de uma canção hard-rock vencer o concurso, o facto de novas sonoridades fazerem a sua aparição este ano como o caso do Reggaeton espanhol (perdendo nós assim a oportunidade de lhes enviar antecipadamente a Ana Malhoa) e o electro-tango da Cróacia só vem confirmar que os tempos são outros.
No entanto neste canto plantado chamado Portugal a mudança quase não existe. Novamente adormecemos a Europa com mais uma triste baladinha nacional que não fora a popularidade interna televisiva da cantora nem haveria de passar a pré-eliminatória. Ano que até tinhamos Gimba apostando numa interessante retro-incursão yé-yé "Magicantasticamente" dos seus "Blá Blá Blá" podia bem dar outro sabor à Europa com aquele forte e melódico refrão.
O facto de ocasionalmente eu receber irados e anónimos comentários em defesa da caquéctica prestação de Eládio Clímaco no ano que os Lordi ganharam o eurofestival só prova a tacanha mentalidade lusitana reinante. Como se o facto de me lembrarem o c.v. de tal apresentador disfarce o patetismo do que aconteceu ou o torne apto a apresentar um festival já algum tempo desfazado dos seus comentários. A esses comentadores anónimos ganhem é a coragem de ter um rosto/nome tal como eu o fiz ao emitir publicamente a minha opinião.
Indiferente a tais comentadores, em busca da tal mudança que por cá pouco existe e mais de um ano após último post, aliás por razões por razões tristes (que só confirma a mediocridade nacional), o piu piu sente que não faz sentido permanecer neste limbo e que é altura de partir. Obrigado a todos. Au revoir...